Se hoje nós possuímos liberdade de cultuar os orixás é, em grande parte, graças a Mãe Aninha, fundadora do Ilê Axé Opô Afonjá, um dos terreiros mais importantes de Salvador.
Eugênia Anna dos Santos nasceu em 1869, de pais afro-brasileiros descendentes da nação Gurunsi, conjunto de povos que viviam no atual território de Gana. Foi iniciada duas vezes no Candomblé, primeiro por mãe Marcelina da Silva, por volta de 1884, e depois no terreiro do Engenho Velho na Bahia. Suspeita-se que também tenha sido iniciada no culto de Egungun da Ilha de Itaparica. Junto aos orixás, sempre reverenciou suas divindades ancestrais dos povos Gurunsi.
Em 1934, Mãe Aninha conseguiu articular com o então presidente Getúlio Vargas a liberação dos cultos afro-brasileiros, até então proibidos pelo Governo Federal. O intermediário desse processo foi Oswaldo Aranha, um político importante que, na época, era ministro. Dizem, inclusive, que Aranha foi filho de santo da yalorixá.
Outra importante realização de Mãe Aninha foi criar o corpo dos Obás de Xangô em 1935. Os ministros de Xangô, como também são chamados, compõem um grupo de personalidades ligadas ao Ilê Axé Opô Afonjá que são responsáveis por cuidar da casa e manter o seu axé. E que também ajudaram a desmistificar e ampliar a cultura afro-brasileira. Entre os ministros mais conhecidos estão Jorge Amado, Dorival Caymmi, Carybé, Muniz Sodré e Gilberto Gil.
__Referências:
https://www.geledes.org.br/mae-aninha-ialorixa-do-ile-axe-opo-afonja/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelina_da_Silva
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